
História do ENEM (1998-2016)

No ano de 1998, por intermédio do Ministério da Educação (MEC), o Governo Federal criou o Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), com o objetivo de ter um parâmetro para avaliar a qualidade do Ensino Médio realizado no Brasil. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), autarquia federal responsável pela aplicação da prova, 157.221 estudantes de todo o país participaram da versão inaugural do ENEM.[1] Em suas primeiras edições, até 2008, o conteúdo da prova estava distribuído segundo uma "matriz de 21 habilidades, em que cada uma delas era avaliada por três questões. Assim, a parte objetiva (...) era composta por 63 itens interdisciplinares aplicados em um único caderno".[2]
Com o passar dos anos, entre erros e acertos, o ENEM foi se tornando um evento cada vez mais importante para os concluintes do Ensino Médio; isso se deve ao fato de o exame ter, paulatinamente, agregado a função de mecanismo de ingresso para o Ensino Superior. Já em 2004, foi instituído o Programa Universidade para Todos (PROUNI), que oferece bolsas parciais e integrais para estudantes egressos da Rede Pública de Ensino, bolsistas de escolas particulares, portadores de deficiência e professores do ensino público, no efetivo exercício do magistério no âmbito da Educação Básica.
A versão atual do ENEM surgiu em 2009, quando mudanças significativas foram realizadas em seu modelo. A partir de então, o exame passou a se organizar em quatro matrizes (Ciências Humanas e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias), "uma para cada área de conhecimento. Cada uma das quatro áreas é composta por 45 questões. Cada um dos cadernos, na nova edição do exame, é composto por 2 áreas de conhecimento, totalizando 90 questões por caderno".[3]
A nova configuração do ENEM trouxe consigo o projeto de unificação do ingresso nas universidades federais; seja como uma primeira etapa, ou substituindo o vestibular tradicional. O Governo Federal também desenvolveu o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), uma plataforma online na qual os alunos podem se inscrever para vagas em universidades inscritas no sistema, utilizando a nota do ENEM.
Desde 2014, a nota do ENEM passou a ser critério para o ingresso de brasileiros que pretendem cursar graduações e mestrados integrados em dezenas de cursos de 12 instituições portuguesas que estabeleceram parcerias com o INEP, tais como a Universidade de Coimbra, a Universidade de Aveiro e a Universidade do Algarve.
Em 2015, também ficou definido o desempenho no exame como critério para obtenção do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), crédito destinado aos alunos matriculados em universidades privadas.
Esse histórico ajuda a compreender o caminho percorrido pelo ENEM até se tornar o maior sistema de acesso ao Ensino Superior existente no Brasil e o segundo maior do mundo. Em sua última edição (2015), foram inscritos 7.746.436 estudantes, mobilizando candidatos, professores, técnicos e familiares em todo o território nacional. A expectativa do governo é que neste ano de 2016 esse número aumente.
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[1] Disponível em: http://www.brasil.gov.br/educacao/2013/10/enem-completa-15-anos-com-recorde-de-inscritos. Acesso em: 25 de fevereiro de 2016.
[2] Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/enem/edicoes-anteriores/provas-e-gabaritos. Acesso em: 25 de fevereiro de 2016.
[3] Idem.